Hylea Ferraz

Neta de avó pianista – Flora Machado Côrtes - e filha de professora de canto –Walkyria Ferraz, que há mais de 40 anos é referência nessa área em Londrina – e do médico Alceu Ferraz – que foi um grande admirador de arte -, a musicista e produtora cultural Hylea Ferraz teve desde muito cedo um ambiente incentivador para aprender a amar a arte como um todo.

Das primeiras aulas de piano aos cinco anos, ao aprendizado de flauta aos 16 e de canto lírico aos 30, não demorou para que com apenas 18 anos fosse convidada a organizar os concertos musicais do antigo Auditório da Associação Médica de Londrina – o Projeto “Música em Família”. Era o prenúncio de uma carreira bem-sucedida como “produtora cultural”, profissão que à época ainda não tinha esse título oficializado.

“Um diferencial desse trabalho foi efetivamente ter conseguido, com essa iniciativa, oportunizar para que músicos diversos e alunos de todas as escolas de música de Londrina tivessem espaço para se apresentar, não ficando o evento restrito aos médicos e seus familiares, como era de costume”, lembra Hylea.

Entusiasta da importância de integrar as diferentes linguagens artísticas, desenvolveu com a bailarina e coreógrafa Yeda Russo, do Centro de Dança e Artes Adanac, no final da década de 1970, uma proposta cultural diferenciada em que a dança e a música executadas ao vivo faziam parte da mesma expressão artística, algo ousado para os palcos londrinenses. Ao assumir o cargo de diretora cultural do Adanac (de 1986 a 1990), também foi responsável pelas aulas de música para as bailarinas com o objetivo de despertar a apreciação pela música clássica dentro de uma visão mais integral da formação do corpo de baile.

“Era uma época em que a ideia de fomento cultural em Londrina não existia e eu e a minha família tínhamos uma dedicação intensa para que a parte cultural da cidade se desenvolvesse. Exemplos disso foram o “Grupo Vivência”, em 1978, dedicado à música popular brasileira, e a “1ª Semana de Arte”, que organizamos juntamente com o Conservatório Musical de Londrina, reunindo diferentes linguagens artísticas e convidando artistas de Curitiba e outras cidades para iniciar um intercâmbio cultural”, conta Hylea.

Em 1982, uma demonstração do reconhecimento do seu trabalho na área de produção cultural foi o convite para assumir o cargo de diretora do Departamento Cultural da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), feito pelo então presidente Nilo Dequech, para realizar eventos culturais dentro da entidade e na organização das festividades referentes ao cinquentenário de Londrina, com mais de 200 eventos realizados. Depois de 1996, os eventos culturais da Acil voltaram-se para o trabalho realizado na Casa do Papai Noel.

Pelo seu envolvimento na área musical e cultural da cidade, com forte apreço à cultura italiana, há 20 anos foi uma das fundadoras da associação cultural I Bravissimi, que desde o início da sua formação tem realizado uma série de eventos socioculturais voltados à divulgação da cultura italiana, como o Cine Café, que uma vez por mês exibe filmes italianos gratuitamente, além de concertos, eventos literários e encontros para apreciação da culinária e música italianas.